Olá, turma do Revalida,
Me chamo Raphaella Barbosa e vou contar para vocês um pouquinho da minha experiência no caminho da revalidação quando fiz as provas do National Board Dental Exam (NBDE). Mas antes, vou fazer uma pequena retrospectiva de como tudo aconteceu até que eu chegasse neste momento.
Sonho de viver nos EUA
Bem, sempre tive o sonho de viver na América do Norte. Para mim, é difícil explicar de onde nasceu este sonho, mas é super-real e intensa a força que ele tem. Desde que eu visitei os EUA pela primeira vez em 2018, este sonho só ganhou mais força. Entretanto, ainda não tinha encontrado uma maneira de conseguir imigrar legalmente, pois, desconhecia totalmente as possibilidades de visto imigratório. Além disso, as informações que eu tinha a respeito do processo de revalidação do diploma de Odontologia eram de que se tratava de algo extremamente caro, difícil e que beirava o impossível. Então, passei a desconsiderar aquela opção e passei a me conformar com a ideia de que aquele sonho era realmente impossível de ser realizado.
Com a chegada da pandemia, em março de 2020, uma amiga comentou comigo sobre uma pessoa que havia feito a primeira prova do BOARD e tinha passado. Minha amiga nos colocou em contato e pude conversar com a primeira pessoa que encontrei na minha trajetória que de fato fez essa prova. Conversamos bastante a respeito e pude perceber claramente o momento do nascimento de uma fagulha de esperança em realizar meu sonho. Era POSSÍVEL!
Começando os estudos
Após essa fagulha se tornar cada vez mais viva, parti para a execução do meu plano de estudo. Como eu optei em fazer o exame em duas etapas (NBDE 1 e 2), comecei estudando anatomia de cabeça e pescoço com meu livro da época da universidade. Como o isolamento social havia acabado de começar, eu conseguia um ritmo de estudo de 6h a 8h diárias. Levei 5 meses nesse ritmo de estudo até a data do primeiro NBDE. Esse ritmo se intensificou nas últimas duas semanas antes da prova, na ocasião em que eu precisei fazer quarentena no México, para então poder entrar nos EUA pela primeira vez durante a pandemia. Foi tenso, intenso, desgastante e sacrificante. Mas chegou enfim o grande dia!
O centro de provas onde todos os candidatos fazem as provas é o Prometric. No dia da prova, existe uma checagem com os documentos de identificação do candidato que devem ser o passaporte e outro documento com foto. Eles são muito rigorosos com essa etapa. E caso haja alguma divergência entre os nomes apresentados nos documentos e o nome registrado no sistema deles, isso pode implicar na impossibilidade de realização da prova. Além disso, antes de entrar na sala de aplicação da prova precisamos estar livres de brincos, colares e pulseiras. Os anéis e óculos que não puderem ser retirados sofrem uma minuciosa inspeção pelo fiscal da sala. Também ocorre uma certa revista nas roupas: precisamos levantar as mangas da blusa e as pernas das calças para mostrar todo o antebraço e os tornozelos. Esse processo se faz necessário toda vez que saímos e retornamos para a sala.
NBDE 1, check
Passadas duas semanas após o NBDE 1, recebi meu tão sonhado PASS na primeira tentativa. Essa graça foi alcançada em outubro de 2020 e tive uma sensação indescritível de recompensa por todo aquele esforço. Havia subido um degrau a mais na minha escadinha rumo à revalidação. Não demorei muito e já avistei o próximo degrau, que seria o NBDE 2.
Em todos os grupos de Facebook e Whatsapp dos quais participava, era senso comum de que a prova do NBDE 2 seria muito mais fácil e tranquila que a primeira. Além disso, quem tivesse uma vasta experiência clínica (que era o meu caso), seria de certa forma favorecido, pois o conteúdo da prova é bastante clínico. Com estas informações, não demorei muito e marquei minha segunda prova para fevereiro de 2021. Eu estava superconfiante de que 3 meses de estudo com uma carga horária de estudo diária de 5h seria suficiente. Descobri que estava enganada apenas um mês antes da minha prova, ao me deparar com um aplicativo que muitas pessoas recomendavam, o Mastery App. Todavia, já era tarde e mesmo assim decidi não adiar a prova, pois não teria outra chance de tirar férias por todo o ano de 2021. Segui para fazer a prova mesmo assim. Porém, consegui uma ajuda, acredito ter sido uma intervenção divina, que me obrigou a fazer quarentena novamente antes de entrar nos EUA (gato este que eu não estava contando até a hora da minha primeira tentativa de embarque com destino à Porto Rico). Mudei completamente o plano original ali mesmo e segui rumo ao México para mais uma quarentena de 15 dias.
Dúvida e angústia
Confiei que esse período seria suficiente para me preparar melhor para a segunda prova. Mas, quando saí do primeiro dia de prova, tive uma grande dúvida sobre meu desempenho naquele dia. Entretanto, segui para o segundo dia considerando que seria uma segunda chance de me sair melhor na prova como um todo. Os 15 dias de espera até o resultado foram permeados de dúvida e angústia. Duvidei bem mais de mim do que quando fiz o BOARD 1. Talvez por ter me preparado por menos tempo. Tive muito medo de ter subestimado a prova. Nos piores momentos, eu repetia para mim mesma que independente do resultado final eu havia dado o meu melhor e, caso aquele melhor não tivesse sido suficiente para conseguir passar, tentaria de novo, quantas vezes fossem necessárias! No 15º dia bem cedo entrei no site da ADA e pude ver em meu status o meu tão sonhado PASS! Toda honra e glória a ti, Senhor!
Ainda continuo minha jornada, subindo degrau por degrau. Cada fase tem sua dificuldade e acho importante fortalecermos nosso emocional para essa maratona. Espero em breve poder contar o próximo capítulo dessa saga para vocês. Boa sorte a todos e que Deus abençoe o caminho de vocês.
Dra. Raphaella Barbosa
Graduada pela Universidade Federal do Piauí
Pós-graduação em Prótese, pela ABO do Piauí
Pós-graduação em Periodontia, pelo Instituto Lato Sensu